A coluna vertebral humana possui curvaturas naturais que ajudam a manter o equilíbrio, absorver impactos e sustentar o peso do corpo. Entre essas curvaturas está a cifose, uma curvatura normal da coluna na região torácica. No entanto, quando essa curva se torna exagerada, ela é chamada de hipercifose.
Nesse artigo você vai descobrir como identificar, quais são as causas e quando a hipercifose precisa de cirurgia.
Quais são as causas da hipercifose?
A hipercifose pode ter diversas origens, e entender suas causas é fundamental para o diagnóstico e tratamento adequados.
Confira as principais causas da hipercifose:
Permanecer muito tempo na mesma postura
Longos períodos sentados sem e uso inadequado de dispositivos eletrônicos (como computadores e smartphones) sem variação de postura podem levar ao desenvolvimento dessa condição.
Doenças Degenerativas
- Osteoporose: A osteoporose causa a perda de densidade óssea, tornando os ossos frágeis e suscetíveis a fraturas. Fraturas de compressão nas vértebras podem resultar em um aumento da curvatura torácica.
- Artrite: A artrite reumatoide e outras formas de artrite podem afetar a coluna vertebral, provocando inflamação e deformidades que levam à hipercifose.
Condições Congênitas
A doença de Scheuermann, também conhecida como cifose juvenil, é causada pelo desenvolvimento anormal das vértebras durante a adolescência. As vértebras em forma de cunha resultam em uma curvatura exagerada.
Traumas e Lesões
- Fraturas Vertebrais: Lesões traumáticas, como fraturas vertebrais, podem causar deformidades na coluna que resultam em hipercifose.
- Lesões Musculares: Danos aos músculos e ligamentos que suportam a coluna vertebral podem contribuir para o desenvolvimento de uma postura encurvada.
Envelhecimento
- Degeneração Discal: Com o envelhecimento, os discos intervertebrais podem se desgastar e perder altura, contribuindo para uma maior curvatura torácica.
- Fraqueza Muscular: A perda de massa muscular e força com o envelhecimento pode afetar a capacidade do corpo de manter uma postura adequada, levando à hipercifose.
Condições Neuromusculares
- Paralisia Cerebral: Pessoas com paralisia cerebral podem desenvolver hipercifose devido ao tônus muscular anormal e ao controle motor comprometido.
- Distrofias Musculares: Estas condições afetam os músculos e a função muscular, resultando em fraqueza que pode comprometer a postura da coluna.
É possível corrigir a hipercifose?
É possível corrigir ou melhorar a hipercifose, especialmente quando a condição é detectada precocemente e tratada adequadamente.
Abordagens conservadoras, como fisioterapia, correção postural e uso de coletes ortopédicos, são frequentemente eficazes em casos leves a moderados.
Nos casos mais graves, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias.
Como funciona o tratamento conservador para hipercifose?
O tratamento conservador fisioterapêutico é uma abordagem eficaz para corrigir ou melhorar essa condição sem a necessidade de cirurgia.
Descubra como funciona esse tratamento:
Objetivos do Tratamento
- Redução da Curvatura: Diminuir a curvatura excessiva da coluna torácica para melhorar a postura.
- Alívio da Dor: Reduzir a dor associada à hipercifose.
- Melhora da Função: Aumentar a mobilidade e a funcionalidade geral do paciente.
- Prevenção da Progressão: Impedir a progressão da curvatura através de intervenções preventivas.
Avaliação Inicial
O primeiro passo no tratamento fisioterapêutico é uma avaliação minuciosa realizada por um fisioterapeuta. Isso inclui a análise da postura, amplitude de movimento, força muscular e flexibilidade.
Nessa avaliação ele coleta informações sobre o histórico médico do paciente, incluindo a duração dos sintomas, possíveis lesões anteriores e atividades diárias, ajuda a moldar um plano de tratamento personalizado.
Terapia Manual
- Mobilização Articular: Técnicas de terapia manual são utilizadas para mobilizar articulações rígidas e melhorar a amplitude de movimento.
- Manipulação articular: Essa técnica específica é usada para fornecer alívio da dor e melhorar a mobilidade articular usando pequenas amplitudes de movimento e alta velocidade.
- Liberação Miofascial: Esta técnica visa liberar tensões na fáscia muscular, aliviando dor e melhorando a funcionalidade.
Exercícios de Mobilidade
- Peitorais: Mobilidades dos músculos peitorais ajudam a abrir a caixa torácica, permitindo uma postura mais ereta.
- Músculos Dorsais: Mobilidades focadas nos músculos das costas superiores e lombares aumentam a flexibilidade e reduzem a rigidez.
Exercícios de Fortalecimento
- Músculos das Costas: Exercícios específicos são prescritos para fortalecer os músculos paravertebrais e os músculos do trapézio médio e inferior, que ajudam a sustentar a coluna vertebral.
- Músculos Abdominais: Fortalecer os músculos abdominais contribui para uma postura ereta e estável.
Acompanhamento Contínuo
- Reavaliações Regulares: O fisioterapeuta realizará reavaliações periódicas para monitorar o progresso e ajustar o plano de tratamento conforme necessário.
- Adaptação do Plano de Exercícios: Com base nas melhorias observadas e nas mudanças nas necessidades do paciente, o plano de exercícios pode ser modificado para continuar proporcionando benefícios.
Quando é preciso fazer uma cirurgia para corrigir hipercifose?
A hipercifose pode muitas vezes ser tratada de forma eficaz com métodos conservadores, como foi descrito anteriormente. No entanto, em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a condição e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Casos em que a intervenção cirúrgica se torna indispensável incluem:
- Falha no tratamento conservador;
- Curvatura excessiva;
- Complicações neurológicas;
- Problemas respiratórios;
- Estética e qualidade de vida;
- Condições subjacentes.
Como é feita a cirurgia de hipercifose?
A eficácia da cirurgia não depende apenas do procedimento em si, mas também de uma preparação pré-operatória adequada e de uma reabilitação pós-operatória cuidadosa.
Vamos explorar em detalhes como essa cirurgia é realizada e o papel crucial da fisioterapia antes e depois da operação a seguir.
Planejamento Pré-Operatório
- Avaliação Clínica e Exames de Imagem: Antes da cirurgia, o paciente passa por uma avaliação detalhada, incluindo exames de raios-X, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), para determinar a extensão da curvatura e planejar a abordagem cirúrgica.
- Consulta Multidisciplinar: Uma equipe de especialistas colabora para desenvolver um plano de tratamento personalizado.
Fisioterapia Pré-Operatória
- Fortalecimento Muscular: O fisioterapeuta prescreve exercícios para fortalecer os músculos das costas e abdominais. Um corpo mais forte pode facilitar a recuperação pós-operatória.
- Melhora da Flexibilidade: Exercícios de mobilidade específicos ajudam a aumentar a flexibilidade dos músculos e articulações, preparando o corpo para a cirurgia.
Procedimento Cirúrgico
A cirurgia de hipercifose pode envolver várias técnicas, dependendo da gravidade da curvatura e das condições individuais do paciente.
As abordagens mais comuns incluem:
- Fusão Espinhal Posterior;
- Osteotomia;
- Artrodese de Coluna via Anterior.
Fisioterapia Pós-Operatória
- Controle da Dor: A fisioterapia tem um papel importante no controle da dor no pós-operatório. Contribuindo com técnicas de liberação e laser.
- Mobilização Precoce: A fisioterapia começa logo após a cirurgia, com exercícios leves de mobilização para prevenir complicações como trombose venosa profunda e pneumonia.
- Mobilidade e Flexibilidade: Continuar as mobilidades para manter e aumentar a flexibilidade da coluna e evitar rigidez.
- Reeducação Postural: Ensinar o paciente a manter uma postura correta durante atividades diárias é crucial para a prevenção de futuras deformidades.
- Fortalecimento Gradual: À medida que o paciente se recupera, exercícios de fortalecimento progressivo são introduzidos para restaurar a força muscular e melhorar a postura.
Quais são os riscos da cirurgia de hipercifose?
A cirurgia de hipercifose, embora potencialmente benéfica para muitos pacientes, não está isenta de riscos.
Conhecer esses riscos é crucial para tomar uma decisão informada sobre o tratamento:
- Complicações anestésicas;
- Infecções;
- Sangramento e hemorragia;
- Lesões neurológicas;
- Falha na fusão espinhal;
- Desalinhamento dos implantes;
- Problemas respiratórios;
- Trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar;
- Reações alérgicas ou rejeição dos implantes;
- Dor crônica.
Veja o que o ITC Vertebral oferece a você!
Oferecemos um programa de fisioterapia completo para as mais diferentes patologias da coluna, como hérnia de disco e dor ciática, onde o objetivo é aliviar a dor, melhorar a mobilidade e restaurar o funcionamento normal das articulações para que você tenha mais qualidade de vida e não precise de cirurgia.
Os especialistas do ITC Vertebral utilizam abordagens que respeitam os sinais e sintomas do paciente para seguir com os critérios de tratamento mais adequados.
O tratamento pode envolver:
Osteopatia
Técnica de tratamento fisioterapêutico que se baseia no diagnóstico diferencial e tem como ênfase principal a integridade estrutural e funcional do corpo.
Fisioterapia manual
O objetivo das técnicas manuais é devolver a funcionalidade e a biomecânica das estruturas sem causar danos ao paciente, restaurando o movimento máximo e indolor do sistema musculoesquelético no equilíbrio postural.
McKenzie
Técnica que encontra a preferência de movimento do paciente.
Ela analisa o quadro e ajuda a reconhecer os exercícios específicos que mais ajudam no alívio das dores.
Isso acontece com a participação ativa do paciente, que aprende comportamentos para o dia a dia.
Mesa de Tração
Quando indicada, possibilita uma descompressão com cargas controladas.
Mesa de Flexo-Descompressão
Possibilita que o fisioterapeuta tenha total controle sobre a mobilidade da coluna vertebral do paciente, permitindo os movimentos de flexão, extensão, lateralização e rotação.
Técnicas de fortalecimento muscular
Elaboramos um programa de fortalecimento muscular específico para cada tipo de sintoma e diagnóstico.