Para você entender tudo o que acontece com a coluna vertebral, vamos começar pela sua estrutura: a anatomia da coluna.
A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal do corpo humano, é formada por uma série de ossos chamados vértebras, que se organizam em quatro regiões:
- Cervical (pescoço) – 7 vértebras
- Torácica (tronco) – 12 vértebras
- Lombar (região lombar ou cintura) – 5 vértebras
- Sacro (região do quadril) – 5 vértebras fundidas
Além disso, na ponta final da coluna, temos o cóccix, composto por 4 a 5 vértebras também fundidas. O sacro é a base da coluna e se articula com a bacia, sendo essencial para a sustentação do corpo.
Qualquer alteração nessas regiões pode impactar diretamente sua postura, equilíbrio e mobilidade, causando dores e desconfortos. A coluna vertebral, quando vista de frente ou de costas, deve ser reta. Já de perfil, cada região apresenta uma curvatura natural chamada de lordose ou cifose. Quando essas curvaturas estão muito acentuadas (hiperlordose ou hipercifose) ou quase inexistentes (retificação), o corpo pode começar a dar sinais de alerta, como dores persistentes, tensão muscular e restrição de movimentos.
Se você sente dor na coluna com frequência ou tem dificuldade para se movimentar é um sinal de que algo não está bem. Um fisioterapeuta especialista em coluna pode avaliar seu caso e indicar o melhor tratamento para aliviar as dores e recuperar sua qualidade de vida, sem a necessidade de procedimentos invasivos.
Não ignore os sinais do seu corpo – cuidar da sua coluna é essencial para se manter em movimento e viver sem dores.
No ITC Vertebral, nossa equipe de fisioterapeutas inicia o atendimento com uma análise aprofundada do paciente. Essa avaliação inclui uma observação minuciosa e detalhada do quadro clínico.
Na maioria dos casos, não é necessário solicitar exames de imagem, como ressonância magnética, mas isso pode variar conforme a situação individual de cada pessoa.
Com base nas informações obtidas na consulta inicial, criamos um plano de tratamento totalmente personalizado, que leva em consideração as necessidades específicas de cada paciente.
Para aqueles diagnosticados com condições como osteofitose (Bico de Papagaio), hérnia de disco, espondilite anquilosante ou outras disfunções da coluna vertebral, utilizamos uma combinação de técnicas terapêuticas especializadas.
Algumas das abordagens integradas ao protocolo do ITC Vertebral podem incluir:
Terapia Manual
Essa técnica tem como objetivo restaurar a funcionalidade e a biomecânica das estruturas corporais de forma segura e sem causar desconforto.
O foco é possibilitar movimentos amplos e sem dor, promovendo também um equilíbrio postural eficiente.
Exercícios Terapêuticos Personalizados
Cada caso é avaliado individualmente para identificar os exercícios mais indicados, que ajudam a aliviar as dores e melhorar a funcionalidade do corpo.
Fortalecimento Muscular
Desenvolvemos programas específicos voltados para fortalecer a musculatura, sempre adaptados aos sintomas e diagnósticos de cada paciente.
Esses programas são realizados como parte do tratamento individualizado.
Tecnologia Avançada
Mesa de Tração
Este equipamento conta com um sistema deslizante e molas que ajustam a descompressão da coluna cervical, torácica ou lombar, permitindo uma tração progressiva de forma segura, confortável, precisa e indolor.
Os ajustes são realizados pelo fisioterapeuta, sempre considerando a condição específica do paciente.
Mesa de Flexo-descompressão
Essa tecnologia oferece ao fisioterapeuta controle total sobre os movimentos da coluna do paciente, possibilitando ajustes precisos em flexão, extensão, inclinação lateral e rotação.
Ela respeita as limitações e preferências de movimento de cada indivíduo, promovendo uma maior amplitude de movimento e automatizando o processo de reabilitação.
Divisão da coluna vertebral
Podemos dividir a coluna vertebral em algumas partes, veja a seguir:
Coluna cervical (C1 a C7) – pescoço
Na parte alta, encontramos a coluna cervical (pescoço) e suas sete vértebras cervicais: Vértebra Cervical 1 (C1), Vértebra Cervical 2 (C2) e, assim, sucessivamente: C3, C4, C5, C6 e C7.
Desse conjunto, apenas duas vértebras da coluna cervical não têm um disco intervertebral interposto entre elas: C1 e C2. Nessa região, a curvatura é chamada de lordose cervical. Esse é o segmento de maior mobilidade da coluna vertebral.
Quando essas curvaturas não existem ou estão alteradas, isso é sinal de problema postural e pode estar relacionado a dores e degeneração dos discos e de vértebras.
Esse conceito é aplicado para todo o segmento vertebral; ou seja, essas alterações de curvaturas nas regiões torácica ou lombar provocam as mesmas consequências.
A coluna vertebral e os discos aumentam de tamanho e de volume da região cervical para lombar. Portanto, as vértebras e os discos intervertebrais na coluna cervical são os mais estreitos.
Coluna torácica (T1 a T12) – tronco
Na parte média, encontramos a coluna torácica com suas 12 vértebras torácicas – de cima para baixo chamamos de Torácica 1 (T1), Torácica 2 (T2) e, assim, sucessivamente, até T12. Temos nessa região 12 pares de costelas, dos quais 10 pares se articulam direta ou indiretamente com o osso esterno (o osso que fica entre o lado direito e o lado esquerdo do peito).
Os setes pares que se articulam diretamente são chamadas também de costelas verdadeiras. Os outros três pares de costelas se articulam com a cartilagem do esterno – são chamadas de falsas. As duas últimas são flutuantes, pois estão soltas, fixas apenas na porção posterior da coluna vertebral. Elas não se articulam com o esterno.
A curvatura do segmento torácico é oposta às curvaturas da lombar e cervical – é chamada de cifose torácica.
Na pessoa idosa, essa região tende a ficar mais proeminente, devido à fraqueza muscular, à desidratação e à diminuição dos discos. O idoso tem uma tendência de ficar com o tronco mais curvado para frente e de olhar para baixo, além de uma certa dificuldade respiratória.
Essas curvaturas, quando são acentuadas, são chamadas de hipercifose. O mais importante é que existem técnicas posturais de fisioterapia que auxiliam o idoso a se manter bem posturado.
Coluna lombar (L1 a L5) – região da cintura
Na região baixa, você vai encontrar a coluna lombar com suas cinco vértebras lombares, que são chamadas de Lombar 1 (L1)1, L2 até a Lombar 5 (L5).
Essas abreviaturas são encontradas com mais frequência nos laudos dos exames complementares como raio X, tomografias e ressonância nuclear magnética.
A sua curvatura é lordótica. Essa é a região da coluna que mais recebe carga entre as vértebras. Como consequência, é o segmento mais acometido de toda a coluna vertebral.
Essa região realiza grandes movimentos de flexão anterior e posterior, um bom movimento de lateralidade e poucos graus de rotação. Alguns autores descrevem que as curvaturas lordóticas têm como função realizar movimentos, e as curvaturas cifóticas têm como função realizar proteção de órgãos e estruturas nobres do nosso corpo.
Por exemplo, a região torácica, com sua cifose, protege os pulmões e o coração.
Sacro e Cóccix
No segmento mais inferior da coluna, encontramos o sacro e o cóccix. O sacro tem um papel fundamental na biomecânica da coluna vertebral.
Devido às suas comunicações com os ossos da bacia, ele tem uma função fundamental na nossa postura e determina a angulação da nossa coluna.
Estamos falando do ângulo formado entre o sacro e cabeça do fêmur, chamado ângulo de incidência pélvica, ele determina o equilíbrio entre o quadril e a coluna vertebral.
Uma coluna normal tem quatro curvaturas importantes. Para ter uma boa postura, é necessário que essas curvaturas sejam sempre preservadas.
· Uma curvatura cervical projetada um pouco para frente;
· Uma curvatura torácica projetada para trás;
· Uma curvatura lombar projetada para frente;
· A curvatura do sacro projetada para trás.
Os discos intervertebrais
A coluna vertebral possui discos de estruturas cartilaginosas.
Os discos são estruturas cartilaginosas de pouca vascularização (circulação sanguínea). Eles variam de tamanho, de espessura e de formato; ou seja, suas características variam de acordo com o segmento vertebral.
É a estrutura mais afetada da coluna vertebral e a que tem provocado grandes prejuízos para o homem moderno. Os 23 discos estão localizados entre as vértebras. Eles se conectam com as vértebras por meio das placas terminais. Essas placas têm um papel fundamental com o envelhecimento e o desgaste dos discos e vértebras.
Os discos formam cerca de 25% do comprimento total da coluna. Por isso, o envelhecimento e a desidratação dessas estruturas anatômicas irão provocar diminuição na estatura dos idosos.
O disco é constituído na sua periferia por um anel fibroso e, na sua parte interna, por uma estrutura ”gelatinosa” chamada de núcleo pulposo.
Sabemos que a coluna vertebral e seus discos têm como função primária proteger a medula espinhal e suas raízes. Desgastes na região poderão levar a compressões e atritos nessa estrutura neurológica provocando dores e incapacidades indesejadas.
A medula espinal (ou medula espinhal)
A medula é uma estrutura cilíndrica que fica dentro do canal vertebral. Ela é a porção alongada do nosso encéfalo. O seu início ocorre entre o crânio e a primeira vértebra cervical e se estende até a primeira ou segunda vértebra lombar.
Na sequência ou depois da segunda vértebra lombar, ela se ramifica – essas ramificações são chamadas de cauda equina.
Você também vai observar que a medula dá origem a vários pares de nervos, que são no total de 31. Esses nervos saem da coluna vertebral por meio dos orifícios formados entre uma vértebra e outra, também chamados de orifício de conjugação.
Por intermédio desses nervos, a medula conduz os impulsos nervosos e exerce funções importantes sobre os músculos, proporcionando os movimentos.
A medula é envolvida por três membranas que também protegem o encéfalo. São elas: dura-máter, aracnoide e pia-máter, também chamada de meninges.
Dentro dessas membranas encontramos líquido cefalorraquidiano, que banha todo o sistema nervoso. Por meio desse líquido, alguns diagnósticos poderão ser efetuados como: meningite, tumores etc.
Os ligamentos
Vamos entender agora outra função da coluna vertebral – a de estabilizar.
Os ligamentos são pequenas estruturas formadas de tecido fibroso que unem um ou mais ossos, dando segurança e estabilidade. Na coluna, eles unem uma vértebra com a outra fazendo parte do conjunto de estruturas que dão estabilidade.
Essas estruturas são estáticas; elas não se contraem ou se movimentam de forma voluntária. Os ligamentos não têm a capacidade de se contrair partindo de um comando nosso, assim como fazemos com os músculos. Ao contrário, eles têm função de ligar os ossos uns aos outros e resistir à movimentações.
Principais ligamentos da coluna
- Ligamento longitudinal anterior
- Ligamento longitudinal posterior
- Ligamento amarelo
- Ligamento intertransversário
- Ligamento supraespinhoso
- Ligamento interespinhoso
- Ligamento nucal
Músculos
Para entendermos os movimentos que a coluna vertebral realiza, devemos entender a participação dos músculos, como eles se comportam durante o nosso dia a dia e, principalmente, durante as lesões e as dores.
Nós temos dois tipos de músculos, basicamente, que agem sobre a coluna vertebral, os mais profundos e os mais superficiais, como também os mais distantes da coluna, que também têm influência na estabilidade.
Pesquisas e suas evidências pontuam o fortalecimento muscular como um dos principais caminhos para manter uma coluna saudável.
É preciso que você entenda que, quando existe ou existiu dor na coluna, ali também se inicia ou se iniciou um processo de atrofia e fraqueza muscular.
Essa atrofia ou perda de força não se recupera com a melhora da dor ou dos sintomas. Ou seja, uma vez iniciados os sintomas de dores nas costas, por exemplo, consequentemente começarão as atrofias e as fraquezas musculares.
Os músculos mais profundos, também chamados de multífidos, são os responsáveis por boa parte da estabilidade da coluna. As suas características, os formatos e principalmente a sua fisiologia propiciam uma boa fixação e amarração da coluna vertebral.
Esses músculos são curtos, realizam em média um ou dois movimentos ao mesmo tempo e as suas fibras musculares são mistas – ou seja, têm mais de uma função.
Elas podem realizar movimentos rápidos e forçados e, ao mesmo tempo, são muito resistentes. Outra característica importante é que essas fibras demoram a se fadigar.
Esses pequenos músculos nos ajudam na manutenção da postura por longos períodos. Além de promover a extensão do tronco, esse músculo proporciona estabilidade posterior para coluna vertebral, ajuda a nos manter na posição de pé e é importante para realizar a flexão de tronco.
Outros músculos profundos, como os intertransversais, interespinhais, rotadores, paravertebrais e eretores, contribuem com a geração de suporte para a coluna vertebral, mantêm a rigidez e produzem movimentos mais finos no segmento móvel.
O importante é que você saiba que existem esses músculos nas partes mais profundas da coluna e que eles devem ser trabalhados e fortalecidos, assim como os músculos externos que nós podemos ver e palpar.
Além disso, você precisa compreender que, quando os músculos profundos se atrofiam, o corpo solicita que outros músculos entrem em ação para suprir a deficiência dos que ficaram fracos.
Aí, entram os músculos superficiais, também chamados de dinâmicos. São músculos longos e largos, tendo como função principal realizar os movimentos do nosso corpo. Ao contrário dos músculos profundos, eles se fadigam e se cansam com facilidade.
Portanto, podemos concluir rapidamente que os músculos da dinâmica não poderão substituir os músculos estáticos (profundos), e, quando isso ocorre, provavelmente teremos dores nas costas. Se os músculos dinâmicos (longos e superficiais) tentam substituir os estáticos (curtos e profundos) e não conseguem, por ficarem fadigados, isso significa que eles ficarão em espasmo, tensos, endurecidos, com pouca circulação sanguínea, em estado de tensão e dor.
É preciso deixar claro que as consequências desses músculos trabalhando constantemente em espasmos e contrações involuntárias poderão gerar dores intensas.
Já é possível observar que a parte interna da coluna é muito rica de tecido nervoso, de cartilagem, de tecido fibroso, de ligamentos e músculos.
Porém, não conseguimos ver nem palpar. Também podemos perceber que as articulações da coluna são diferentes das outras, principalmente das grandes como ombro, joelho, tornozelo etc. Primeiro, são vários ossos empilhados. Depois, encontramos várias “juntas”, com possibilidade de movimentos associados e variados que são guiados e executados por um emaranhado de cápsula, ligamentos, tendões e músculos.
Portanto, temos que ser imperativos no que diz respeito ao fortalecimento dos músculos das costas: devemos fortalecer os músculos profundos e próximos da coluna, como também os externos.
Sendo assim, temos duas frentes de trabalho: uma mais simples, que é fortalecer os grandes músculos externos, que facilmente são trabalhados nas salas de musculação e pilates.
Outra grande questão é a segunda frente de trabalho, ou melhor, a técnica para fortalecer os músculos mais internos. É preciso a pessoa passar por uma escala de aprendizado, realizar algumas sessões de treinamento individual para primeiro identificar esses músculos, conseguir senti-los, perceber como são ativados e, em seguida, aprender a fortalecê-los.
Dependendo da posição ou do aparelho em que executamos determinados exercícios, a ação muscular será compressiva, ela poderá fazer uma aproximação de uma vértebra contra a outra, gerando, assim, pressões nos discos e articulações. Isso acontece quando não estamos bem posturados para fazer algum exercício físico ou mesmo para realizarmos tarefas do nosso dia a dia.
O que queremos mostrar é que existe na coluna vertebral uma série de compartimentos e de músculos que obrigatoriamente temos de reabilitar e fortalecer de forma específica para termos uma coluna saudável.
Para isso, os músculos exigem um grau de cuidado especial. Só assim eles poderão dar uma boa resposta para o que queremos. É preciso ter muito critério na escolha da academia, do estúdio de pilates, empresa ou profissional que irá realizar o diagnóstico, a avaliação ou orientação dos seus exercícios.