A coluna vertebral pode adotar um alinhamento incorreto, torcendo-se em torno do seu próprio eixo, inclinando-se para frente, para trás e para os lados; ou seja, opera em um plano tridimensional.
Essa assimetria que acomete a coluna é conhecida como escoliose e pode manifestar-se desde a infância, apresentando uma maior incidência em mulheres.
Essa condição pode ser classificada de acordo com a causa subjacente e a natureza do desvio, sendo categorizada em escoliose funcional e escoliose estrutural.
Na funcional, a deformidade ainda não é definitiva, pois não afeta as estruturas ósseas, impactando apenas os músculos; enquanto na estrutural, a curvatura já envolve as vértebras e torna-se permanente.
Descubra mais detalhes sobre a escoliose no artigo a seguir.
Quais são os tipos de escoliose que podem afetar a coluna vertebral?
Esse desvio pode ter diversas origens e, independentemente do aspecto físico que parece ser semelhante em todos os tipos, elas podem apresentar prognósticos bastante diferentes e comportar-se de maneira distinta em termos de evolução.
Escoliose congênita (de nascença)
Representa aproximadamente 10% dos casos e tem origem desde o nascimento, devido à má formação ou divisão anormal das vértebras da coluna.
Escoliose neuromuscular
Desenvolve-se como consequência de condições neurológicas, como é o caso da poliomielite e da paralisia cerebral.
Escoliose idiopática
Este tipo de escoliose é o mais comum, representando cerca de 80% dos casos, caracterizado pela impossibilidade de identificar a causa do desenvolvimento da escoliose no individuo.
Apesar de muitas teorias terem sido propostas, nenhuma se consolidou como conclusiva. No entanto, fatores hereditários são considerados significativamente relevantes.
Esse tipo de escoliose, predominante na população, geralmente é classificado em quatro grupos etários:
- Infantil: Do nascimento até os 3 anos de idade;
- Juvenil: Dos 3 aos 9 anos de idade;
- Adolescente: Dos 10 aos 18 anos de idade;
- Adulto: A partir dos 18 anos de idade.
Algumas pessoas têm maior predisposição à curvatura da coluna. Por exemplo, durante a puberdade, o rápido crescimento do corpo pode aumentar o risco de progressão da curva da coluna. Além disso, nesta faixa etária, a escoliose é mais prevalente em meninas do que em meninos.
No caso de crianças e adolescentes, muitas vezes a escoliose não apresenta sinais visíveis, permanecendo assim até que a curvatura da coluna avance de forma significativa.
A etiologia deste tipo permanece desconhecida, sendo considerado o tipo de escoliose mais frequente. Cada grupo etário apresenta características e potenciais de evolução distintos.
Escoliose pós-traumática
Surge como consequência de quedas, traumas e acidentes, que podem resultar em desalinhamento da coluna vertebral.
Escoliose degenerativa do adulto
Ocorre devido à degeneração dos discos intervertebrais e das articulações da coluna vertebral, frequentemente associada ao processo natural de envelhecimento.
Sinais físicos que podem evidenciar uma escoliose
- A cintura pode parecer desigual;
- Os ombros ou os quadris se mostram assimétricos;
- Um lado da caixa torácica ou uma perna pode parecer menor que a outra;
- O corpo se inclina mais para um lado.
Outros sintomas da escoliose
Na maior parte dos casos, os sintomas são bastante discretos. Mas ainda assim podem surgir.
O paciente poderá sentir:
- Dor muscular, de intensidade leve ou alta, a depender de cada caso;
- Sensação de fadiga nas costas, especialmente após um período prolongado na posição sentada ou em pé;
- Fatores psicológicos.
Qual é a causa da escoliose?
A maioria dos casos de escoliose estrutural tem causas desconhecida (idiopática), mas é conhecido que fatores genéticos têm uma influência significativa.
Outras causas de escoliose incluem sequelas de doenças neurológicas (como paralisia cerebral e poliomielite), má formação congênita e eventos pós-traumáticos.
Uma maneira simples de detectar a presença de escoliose é posicionar-se atrás do paciente e observar, durante a flexão do tronco para frente, se alguma área da coluna parece elevada.
Inicialmente, os pacientes com escoliose geralmente não relatam dor, o que pode fazer com que a condição passe despercebida e evolua.
O especialista pode confirmar e medir a angulação das curvas da escoliose através de radiografias.
Curvas de até 20 graus são geralmente tratadas com métodos conservadores, que incluem exercícios específicos de fisioterapia, destacando-se os exercícios tridimensionais.
Para curvas acima de 20 graus, além da fisioterapia, pode ser necessário o uso de coletes ortopédicos.
Curvas superiores a 50 graus podem exigir um procedimento cirúrgico, especialmente se a localização da curva causar compressão de órgãos vitais, como pulmões e coração.
No entanto, na ausência de compressão de órgãos vitais e de comprometimento estético significativo, do ponto de vista do paciente, pode-se optar por um protocolo mais conservador.
Quando a escoliose é descoberta e tratada precocemente, as chances de sucesso no tratamento aumentam significativamente.
Diagnóstico da escoliose
Normalmente, a avaliação médica pode ser realizado através de testes clínicos como:
- Raio X;
- Tomografia computadorizada;
- Exames de ressonância magnética;
- Avaliação postural (análise de assimetrias).
Um especialista é essencial na interpretação dos resultados desses testes e no fornecimento de um diagnóstico.
Qual profissional trata escoliose?
O paciente com sinais de escoliose pode consultar um Dr. especializado em distúrbios da coluna, como um ortopedista ou fisioterapeuta. Esse profissional está qualificado para auxiliar no diagnóstico do problema, identificação da causa e no encaminhamento para a forma mais adequada de metodologia.
É possível corrigir a escoliose?
Atualmente, não existe uma metodologia medicamentosa específica para a escoliose, mas várias técnicas podem contribuir para o manejo da condição.
O sucesso do tratamento depende de diversos fatores, incluindo a gravidade da curvatura. No entanto, muitas vezes, é possível alcançar a cura da escoliose. O crucial é iniciar as intervenções o mais cedo possível e seguir todas as orientações do especialista.
Como funciona o tratamento da escoliose?
Curvas de até 50 graus podem ser gerenciadas conservadoramente com exercícios físicos específicos de fisioterapia e o uso de coletes.
Para curvas acima de 50 graus, o tratamento pode necessitar de cirurgia, especialmente se a localização da curva resultar em compressão de órgãos vitais, como pulmões e coração. Porém, se não houver compressão de órgãos vitais, pode-se optar por um tratamento conservador e atividade física invés de cirurgia.
O plano de tratamento geralmente depende de vários fatores, incluindo a causa, o tamanho e a localização da curva, a idade do paciente e o grau de evolução da deformidade.
Na maioria dos casos, a escoliose idiopática adolescente é de natureza leve, e o tratamento pode não ser necessário. Contudo, existe a possibilidade de agravamento da curvatura.
Inicialmente, o individuo passa por um exame clínico detalhado, que inclui uma avaliação funcional, radiológica e estética, para então definir a estratégia de tratamento mais adequada.
A fisioterapia é altamente recomendada no tratamento da escoliose, com a prática de exercícios específicos que visam prevenir a progressão do desvio e reduzir a possibilidade de necessidade de cirurgia corretiva.
O que acontece se a escoliose não for tratada?
Sem um tratamento adequado, veja as complicações que podem surgir à saúde do indivíduo:
- Problemas emocionais;
- Problemas respiratórios;
- Progressão cada vez maior da curvatura, principalmente, em crianças;
- Danos na medula ou no nervo espinhal;
- Infecção na coluna vertebral;
- Dor na coluna lombar em adultos;
- Extrema dificuldade do encaixe dos ossos.
Tratamento conservador do ITC Vertebral
Oferecemos um programa de fisioterapia completo para as mais diferentes patologias da coluna, onde o objetivo é aliviar a dor, melhorar a mobilidade e restaurar o funcionamento normal das articulações para que você tenha mais qualidade de vida.
Os especialistas do ITC Vertebral utilizam abordagens que respeitam os sinais e sintomas do paciente para seguir com os critérios de tratamento mais adequado.
O tratamento pode envolver:
Osteopatia
Técnica de tratamento fisioterapêutico que se baseia no diagnóstico diferencial e tem como ênfase principal a integridade estrutural e funcional do corpo.
Fisioterapia manual
O objetivo das técnicas manuais é devolver a funcionalidade e a biomecânica das estruturas sem causar danos ao paciente, restaurando o movimento máximo e indolor do sistema musculoesquelético no equilíbrio postural.
McKenzie
Técnica que encontra a preferência de movimento do paciente.
Ela analisa o quadro e ajuda a reconhecer os exercícios específicos que mais ajudam no alívio das dores.
Isso acontece com a participação ativa do paciente, que aprende comportamentos para o dia a dia.
Mesa de Tração
Quando indicada, possibilita uma descompressão com cargas controladas.
Mesa de Flexo-Descompressão
Possibilita que o fisioterapeuta tenha total controle sobre a mobilidade da coluna vertebral do paciente, permitindo os movimentos de flexão, extensão, lateralização e rotação.
Técnicas de fortalecimento muscular
Elaboramos um programa de fortalecimento muscular específico para cada tipo de sintoma e diagnóstico.
Esta informação foi útil? Compartilhe com quem também pode se interessar.