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para acabar com as suas dores na coluna

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Hérnia de disco fisioterapia: saiba mais sobre o assunto

Já ouviu falar em hérnia de disco? A palavra hérnia significa projeção ou saída através de uma fissura ou orifício, de uma estrutura contida. Neste caso, a estrutura contida é o disco intervertebral, uma estrutura cartilaginosa localizada entre duas vértebras da coluna vertebral.

Esse disco intervertebral é composto de duas partes. Uma parte central gelatinosa, chamada núcleo pulposo ou líquido viscoso, e a outra parte que circunda o núcleo, chamada de anel fibroso, que mantém esse núcleo no seu interior.

O núcleo gelatinoso serve como um amortecedor de cargas na coluna. Já o anel fibroso é composto de tecido cartilaginoso e contém o líquido viscoso em seu interior.

Assim, a hérnia de disco ocorre quando há o vazamento do líquido pulposo através de uma fissura do seu anel fibroso, migrando de seu local original em direção ao canal medular ou para os espaços por onde se encontram as raízes nervosas.

Desse modo, pode provocar-se uma compressão dessas raízes nervosas, correspondente à hérnia de disco ou à protrusão, causando os mais diversos sintomas.

O fisioterapeuta é o profissional habilitado para desempenhar o tratamento fisioterapêutico de hérnia de disco.

Ele realiza uma avaliação antes para identificar as causas do problema e traçar uma conduta para diminuir a dor do paciente e reabilitá-lo para realizar suas atividades normais sem ser prejudicado. Para isso, ele estabelece junto ao paciente objetivos que promovam a analgesia e fortalecimento da região.

O objetivo principal é impedir que a doença progrida e evitar a formação de novas hérnias.

Além da reabilitação, o fisioterapeuta também costuma orientar o paciente sobre como realizar suas atividades, para evitar movimentos e posicionamentos que possam piorar o quadro ou até mesmo causar novos problemas.

foto de fisioterapia

A orientação de um especialista fisioterapeuta é indispensável para o sucesso do tratamento.

Através de um tratamento ajustado às necessidades particulares de cada paciente, a fisioterapia pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e aliviar as dores causadas por uma condição na coluna vertebral.

O plano de tratamento é desenvolvido com base em uma avaliação inicial detalhada. O fisioterapeuta realiza uma análise criteriosa para entender as necessidades específicas de cada caso.

foto de fisioterapia

Com as informações da avaliação em mãos, o tratamento segue de forma totalmente personalizada.

Nossas clínicas do ITC Vertebral oferecem uma vasta gama de técnicas, escolhendo sempre as mais adequadas para cada quadro clínico.

Aqui estão alguns dos procedimentos possíveis em um protocolo de atendimento no ITC Vertebral para coluna:

Fisioterapia Manual

O objetivo é restaurar a funcionalidade e a biomecânica das estruturas corporais sem causar danos, permitindo o movimento máximo e indolor do sistema musculoesquelético dentro do equilíbrio postural.

Exercícios Direcionais

Essa técnica envolve a análise do quadro individual para identificar os exercícios específicos que melhor ajudam a aliviar as dores.

Fortalecimento

Desenvolvemos um programa de fortalecimento muscular específico para cada tipo de sintoma e diagnóstico, aplicado ao paciente de maneira personalizada durante o tratamento.

Tecnologia Exclusiva

Mesa de Tração

Este equipamento possui um mecanismo de deslizamento com molas que controlam a descompressão da coluna, garantindo uma progressão segura, sutil, confortável, precisa e indolor durante a tração.

Os ajustes técnicos da mesa são programados pelo fisioterapeuta e variam conforme a patologia a ser tratada.

foto de fisioterapia

Mesa de Flexo-descompressão

Este dispositivo permite que o fisioterapeuta tenha total controle sobre a mobilidade da coluna vertebral do paciente, possibilitando movimentos de flexão, extensão, látero-flexão e rotação.

Através desta mesa, respeitamos a preferência de movimento do paciente e treinamos esse movimento de forma automática, promovendo ganho de mobilidade.

foto de fisioterapia

O fisioterapeuta não apenas supervisiona os exercícios, mas também ajusta o plano de tratamento conforme a evolução do paciente, garantindo que cada etapa da recuperação ocorra de forma segura e eficiente.

Para isso, as clínicas do ITC Vertebral contam com um espaço adaptado para que os pacientes possam se movimentar com segurança.

foto de fisioterapia

Saiba mais sobre Hérnia Discal no artigo a seguir.

Anatomia da Coluna

hérnia de disco: fisioterapeuta analisando paciente

A coluna vertebral é o suporte principal do eixo do corpo, que consiste de 26 ossos articulados em uma estrutura curva e flexível. Ela se estende a partir do crânio até a pelve, onde transmite o peso do tronco para os membros inferiores.

A coluna também envolve e protege a delicada medula espinal e fornece pontos de articulação para as costelas e para inserção dos músculos do pescoço e do dorso.

No feto e na criança, a coluna é formada por 33 ossos separados, chamadas de vértebras. No segmento inferior, nove dessas vértebras se fundem para formar dois ossos: o sacro e o cóccix. As 24 vértebras restantes permanecem como vértebras individuais, que se unem através dos discos intervertebrais.

Regiões e curvaturas

Em um adulto, a coluna vertebral pode ser dividida em cinco regiões:

  • Coluna cervical: apresenta 7 vértebras cervicais;
  • Coluna torácica: 12 vértebras torácicas;
  • Coluna lombar: 5 vértebras lombares;
  • Sacro: 5 vértebras fundidas;
  • Cóccix: 4 vértebras fundidas.

A partir de uma vista lateral são visíveis quatro curvaturas que dão à coluna vertebral uma forma de S. As curvaturas cervical e lombar são côncavas posteriormente, enquanto que as curvaturas torácicas e sacral são convexas. As curvaturas servem para aumentar a resistência da coluna, permitindo que funcione como uma mola, ao invés de uma haste rígida e reta.

Ligamentos

A coluna vertebral é mantida em posição por um elaborado sistema de suportes, propiciado por diversos ligamentos do dorso e músculos do tronco.

Os principais ligamentos de suporte são os ligamentos longitudinais anteriores e posteriores, que correm verticalmente ao longo das superfícies anterior e posterior dos corpos das vértebras, do pescoço até o sacro.

O ligamento longitudinal anterior é amplo e fixa-se bem tanto às vértebras ósseas como aos discos intervertebrais. Esse ligamento anterior espesso impede a hiperextensão da coluna.

O ligamento longitudinal posterior é mais estreito e fixa-se apenas aos discos intervertebrais, ajudando a evitar o movimento de hiperflexão.

Vários outros ligamentos conectam cada vértebra, superior e inferiormente. Entre eles está o ligamento amarelo (flavo), que conecta lâminas de vértebras adjacentes.

Com tecido conjuntivo elástico o ligamento amarelo é muito forte, se estirando à medida que nos curvamos para frente, retrocedendo em seguida à medida que voltamos para uma posição ereta.

Discos intervertebrais

Cada disco intervertebral é uma almofada de amortecimento, composta pelo núcleo pulposo e um colar externo com anéis concêntricos, o anel fibroso.

Cada núcleo pulposo é gelatinoso e permite à coluna absorção de estresse compressivo. Já a função do anel fibroso é conter o núcleo pulposo, limitando sua expansão quando a coluna é comprimida.

Os anéis também funcionam como cinta para manter as vértebras adjacentes juntas, resistindo à tensão sobre a coluna e absorvendo forças de compressão.

Os discos vertebrais têm função de amortecedores durante uma caminhada, saltos e corridas. Nos pontos de compressão, os discos achatam-se formando uma pequena saliência ao longo do perímetro entre os corpos das vértebras adjacentes.

Na região lombar os discos são mais espessos que na região cervical. Juntos, os discos intervertebrais são responsáveis por parte da altura da coluna vertebral. Por causa da compressão e de perda de fluido do núcleo pulposo, eles se achatam ao final do dia.

Tipos de hérnia de disco

fisioterapeuta analisando paciente com hérnia de disco

As hérnias de disco podem ser classificadas de acordo com sua morfologia, localização e evolução. Sendo assim, quanto à morfologia, podem ser:

  1. Protrusas: quando a base de implantação sobre o disco de origem é mais larga que qualquer outro diâmetro. Assim, o disco se torna saliente, sem ruptura do anel fibroso.
  2. Extrusas: quando a base de implantação sobre o disco de origem é menor que algum dos seus outros diâmetros ou quando houver perda no contato do fragmento com o disco.
  3. Sequestradas: quando um fragmento migra dentro do canal, para cima, para baixo ou para o interior do forâmen ou canal medular. Neste caso, ocorre perfuração do anel fibroso ou rompimento da parede do disco, acarretando no deslocamento do material discal (parte do núcleo pulposo) para o interior do espaço epidural. A lesão acarreta uma pressão sobre a medula espinhal, causando mielopatia, pressão sobre a cauda equina, acarretando síndrome da cauda equina ou pressão sobre as raízes nervosas. A quantidade de pressão sobre os tecidos nervosos determina a gravidade do déficit neurológico.

E quanto à evolução podem ser agudas (com menos de 3 meses de evolução) ou crônicas, dependendo da localização abaixo:

  • Zona Central;
  • Recesso lateral;
  • Foramên;
  • Zona extraforaminal.

Sintomas da hérnia de disco

foto de hérnia de disco fisioterapia saiba mais sobre o assunto

Os sintomas mais comuns são dores localizadas e irradiadas dependendo das regiões afetadas pela lesão. Essas dores geralmente aparecem depois de ataques sucessivos de dor localizada.

Normalmente, percebidas como uma dor aguda, que se inicia de forma súbita, podendo irradiar da coluna para outras partes do corpo ao longo da distribuição inteira da raiz envolvida ou afetar somente uma parte desta raiz.

Quando a hérnia está localizada na coluna cervical as dores se irradiam para os braços, mãos e dedos. Caso a hérnia de disco seja lombar, as dores se irradiam para as pernas e pés.

Em ambos os casos, a coluna pode manter-se rígida, podendo desaparecer a lordose lombar, o espasmo muscular pode ser proeminente e a dor se exacerbar na extensão da coluna e ser aliviada em flexão lenta.

Algumas pessoas podem também relatar parestesia e perda sensorial com fraqueza motora no miótomo suprido pela raiz pressionada pela hérnia. O paciente pode também sentir formigamentos, dormência nos membros e ausência de reflexos. Nos casos mais graves, pode haver perda de força nas pernas e incontinência urinária.

Causas da hérnia de disco

A coluna é de suma importância, pois é o centro de equilíbrio do sistema musculoesquelético do ser humano. Não é à toa que muitas lesões da coluna vertebral são atribuídas ao desequilíbrio e desalinhamento desta estrutura, ou seja, posturas mantidas por tempo prolongado.

Fatores hereditários são os que mais provocam hérnia de disco, no entanto, traumas de repetição, traumas direto agudos à região cervical ou lombar, fortes o suficiente para romper o anel fibroso, fumo e a idade avançada também são motivos de lesões degenerativas.

O sedentarismo é um fator determinante para dores nas costas provenientes da hérnia de disco e de outras doenças. Entre os fatores associados aos riscos aumentados de dor lombar estão, em graus diferentes de influência:

  • Trabalho físico pesado e repetitivo;
  • Genética;
  • Postura de trabalho estática;
  • Exposição excessiva a vibrações;
  • Quedas ou traumas;
  • Desgastes ao longo do tempo por posturas mantidas por tempo prolongado;
  • Excesso de peso;
  • Disfunções biomecânicas não corrigidas;
  • Forças excessivas, esforços repetitivos de levantamento de peso e tensão prolongada ;
  • Presença de um anel defeituoso.

Hérnia de disco fisioterapia

O tratamento para hérnia de disco fisioterapia vai depender de qual estágio a doença se encontra: agudo, subagudo ou crônico.

Estágio agudo

O paciente deve se envolver em todos os aspectos do tratamento e ser informado a respeito da progressão, resultados previstos, tempo de recuperação, precauções e contraindicações.

Neste estágio, é feito o uso de modalidades físicas (TENS e termoterapia) e massagem para diminuir a dor e o edema provenientes de sintomas agudos, pois durante uma inflamação aguda é comum a dor constante.

Além disso, o paciente é instruído a identificar e assumir a posição da coluna que seja mais confortável para aliviar a dor. Normalmente, usam-se inclinações pélvicas para o posicionamento lombar e flexões e retificações de cabeça e queixo para posicionamento da coluna cervical.

Em seguida, assim que possível, o fisioterapeuta pode ensinar o paciente a ativar os músculos intrínsecos, dependendo da região afetada: lombar ou cervical.

Para ativar a musculatura intrínseca da lombar é usada a manobra de “encolher a barriga” para ativar o músculo transverso do abdômen e uma leve contração de abaulamento do multífido.

E para ativar a musculatura intrínseca dos músculos longo do pescoço e multífido, são usadas as flexões suaves da cabeça e leve retificação da lordose cervical em decúbito dorsal.

Assim que o paciente aprende a ativar músculos intrínsecos, movimentos simples de membros superiores e inferiores com estabilização de coluna podem ser acrescentados na conduta.

Estágio Subagudo

Quando o processo inflamatório e a dor do paciente estiverem controlados, o fisioterapeuta pode avançar com o paciente para um programa de exercícios de resistência à fadiga e fortalecimento.

Nesse estágio não é recomendado o uso de modalidades físicas para modular a dor, pois a ênfase é no aumento da percepção postural, força, mobilidade e controle da coluna do paciente em relação com a modulação da dor.

A mobilização e o alongamento devem ser realizados para melhorar a flexibilidade do paciente, pois a diminuição da flexibilidade articular, muscular e fáscias podem restringir a habilidade do paciente de assumir o alinhamento normal da coluna.

Os exercícios devem progredir, aumentando-se os desafios para melhorar o controle, resistência e força dos músculos estabilizadores de coluna.

Além disso, durante este estágio, o paciente é instruído com métodos para corrigir sobrecargas posturais repetitivas que podem ocorrer durante a realização de suas atividades de vida profissional. E mais, é sempre bom realizar mudanças frequentes de posição e movimentos ao longo da ADM livre da dor.

Fase Crônica

Se o paciente for corretamente tratado na fase aguda e subaguda com exercícios realizados de forma apropriada, provavelmente eles apresentarão comprometimentos mínimos que não vão interferir nas atividades de vida diária.

Porém, pessoas que trabalham manuseando materiais pesados (trabalhador braçal, bombeiro, cuidador de crianças) ou que participam de atividades esportivas de alta demanda podem precisar de um tempo adicional de reabilitação para retornar à suas atividades com menor risco de uma nova lesão. Nessa fase são enfatizados o condicionamento e controle da coluna durante as atividades de alta intensidade e repetitivas.

Cuidados e Restrições

Como a hérnia de disco pode ser recorrente, existem algumas contraindicações a movimentos específicos da coluna vertebral, a fim de evitar maiores danos futuros. A extensão da região torácica e da coluna é contraindicada:

  • Quando nenhuma posição ou movimento diminui ou centraliza a dor descrita;
  • Quando está presente uma anestesia em sela e/ou fraqueza de bexiga (pode indicar lesão medular ou de cauda equina);
  • Quando um paciente está com uma dor tão extrema que mantém o corpo rigidamente imóvel em qualquer tentativa de correção.

Já a flexão da coluna deve ser evitada quando a extensão alivia os sintomas ou quando os movimentos de flexão aumentam a dor ou levam sintomas para a periferia.

Assista o vídeo abaixo

Sobre o autor

Dr. Helder Montenegro

Crefito – 7277

Presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna – ABRColuna, Presidente de honra por seis edições do Congresso Internacional de Fisioterapia Manual e autor do livro Hérnia de Disco e Dor Ciática.

Sobre o autor

Dr. Helder Montenegro

Crefito – 7277

Presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna – ABRColuna, Presidente de honra por seis edições do Congresso Internacional de Fisioterapia Manual e autor do livro Hérnia de Disco e Dor Ciática.